terça-feira, 19 de agosto de 2025

Os milhões de sempre e a mesma lei do retorno

A Operação Lei do Retorno, deflagrada nesta terça-feira pela Polícia Federal, expõe uma ferida antiga da política maranhense: o desvio sistemático de recursos da educação. O caso tem como alvo o ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil, e envolve fraudes que ultrapassam R$ 50 milhões em verbas do FUNDEB.

O mecanismo, segundo os investigadores, seguia um roteiro conhecido: licitações manipuladas, contratos fraudulentos e retorno de parte dos valores aos agentes públicos. Trata-se de um padrão que se repete em diferentes gestões e municípios, sinalizando não apenas desvios individuais, mas a existência de redes estruturadas de corrupção.

O impacto político é direto. Fábio Gentil, que nos últimos anos buscou ampliar sua projeção regional, agora passa a responder pela acusação mais grave que pode recair sobre um gestor: ter se beneficiado de recursos destinados à educação básica. No Maranhão, onde os índices de aprendizado permanecem entre os piores do país, cada real desviado representa uma sentença contra o futuro das próximas gerações.

A operação da PF, portanto, não apenas lança luz sobre a conduta de determinados atores políticos, mas reabre o debate sobre a fragilidade da gestão educacional no estado e a ausência de mecanismos eficazes de controle social.

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