terça-feira, 14 de outubro de 2025

Após seguidos escândalos, marido da Senadora Eliziane deixa presidência de estatal do governo Lula

Matéria publicada pela coluna do jornalista Paulo Cappelli, do site Metrópoles, revela que o presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Inácio Cavalcante Melo, anunciou que deixará o comando da estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia. A decisão ocorreu após a coluna revelar que ele utilizou recursos públicos para pagar suítes executivas e refeições com camarão flambado em viagens de dois filhos a Florianópolis (SC) e Maceió (AL).

Em mensagem enviada a um grupo de WhatsApp formado pelo núcleo das diretorias do SGB, às 17h39 desta terça-feira (14/10), Inácio comunicou sua saída:

“Pessoal, encerro aqui meu ciclo à frente do SGB. Foram tempos de muito trabalho, aprendizado e superação. Agora é hora de seguir novos caminhos e tocar meus projetos pessoais. Desejo sucesso a todos que ficam. Abraço, Inácio Cavalcante.” Em seguida, pediu “permissão para sair do grupo”.

Melo foi indicado para o comando da empresa pela senadora Eliziane Gama (PSD), com quem é casado.

Nesta semana, a parlamentar se reuniu com o presidente Lula e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Segundo apurou a coluna, Eliziane demonstrou incômodo com as denúncias que atingiram seu nome.

– Relembre a história

Notas fiscais obtidas pela coluna revelaram que filhos de Inácio Cavalcante Melo hospedaram-se em hotéis de Florianópolis (SC) e Maceió (AL) com despesas custeadas com recursos públicos.

Em Florianópolis, o documento registra diária de R$ 3.667 em uma suíte executiva do BT Florianópolis Hotéis Ltda., entre 13 e 16 de janeiro de 2025, além de taxa de hospedagem de R$ 91,66. O valor total da conta chegou a R$ 3.758,68.

Na sequência, em Maceió, outra nota fiscal emitida pelo Hotel Brisa Suítes, na avenida Doutor Antônio Gouveia, bairro Pajuçara, aponta diárias de R$ 4.665, também pagas com verba da estatal. O registro lista três hóspedes: Inácio Melo, presidente da estatal, e dois filhos.

O extrato do hotel detalha consumos variados entre 16 e 20 de janeiro de 2025. Entre os itens, estão refeições no restaurante, pedidos no serviço de quarto e compras no frigobar. Foram consumidos, por exemplo, camarão flambado (R$ 139,80), brownies de chocolate (R$ 71,80), hambúrgueres (R$ 38,90 cada), batata frita (R$ 22), sucos, refrigerantes, energéticos, pudim de leite e um chocolate Kit Kat.

Sob a justificativa de erro na emissão das notas fiscais, Melo devolveu R$ 9,3 mil aos cofres públicos. O ressarcimento foi feito poucas horas antes de a estatal responder a um pedido da coluna protocolado com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).

– Pressão antes da nomeação

A indicação de Inácio Cavalcante Melo para a presidência do SGB passou por resistência interna. Em carta ao governo Lula, três entidades que representam servidores do órgão pediram a rejeição do nome, alegando que o indicado era “desqualificado” para o cargo. O documento mencionava falta de formação em geociências, além de processos por crimes ambientais, uso de documentos falsos, sonegação de tributos e denúncias de agressão à primeira ex-esposa.

“Outro agravante é a inaptidão técnico-científica confirmada pela falta de formação para o cargo pretendido, sendo formado em administração, além da inexistência de conhecimento prévio ou experiência na área de geociências ou mesmo relacionada ao setor mineral”, sustentaram as entidades em ofício encaminhado ao ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Em 2021, Melo chegou a ter a prisão decretada pela Justiça do Maranhão pelo não pagamento de R$ 560 mil em pensão alimentícia ao filho do primeiro casamento.

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