sexta-feira, 22 de agosto de 2025

As transações foram consideradas atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que repassou as informações à corporação.Segundo o documento, no período foram registrados R$ 30,5 milhões em créditos e R$ 30,5 milhões em débitos. A maior parte dos recursos foi destinada ao pagamento de advogados e a aplicações financeiras.Dois escritórios que defendem o ex-presidente receberam juntos R$ 6,6 milhões. Já os investimentos em CDB e RDB corresponderam a R$ 18,3 milhões, distribuídos em seis operações.Diversos repassesO relatório também chama atenção para um segundo período de movimentações intensas. Entre dezembro de 2024 e junho de 2025, foram registrados R$ 22 milhões em transações.Nesse intervalo, Bolsonaro transferiu R$ 2,1 milhões para seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros R$ 2 milhões para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.Conforme a PF, os repasses ao terceiro filho tinham como finalidade financiar ações nos Estados Unidos contra o governo brasileiro, enquanto a transferência para Michelle teria o objetivo de proteger recursos diante de um eventual bloqueio judicial.As movimentações fazem parte do inquérito que investiga tentativa de obstrução do julgamento da ação penal sobre golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal. Nesse caso, Bolsonaro e Eduardo já foram indiciados.Além do ex-presidente, outros membros da família também aparecem no relatório. A PF identificou que Michelle Bolsonaro recebeu R$ 2,9 milhões entre setembro de 2023 e agosto de 2024, sendo R$ 1,9 milhão da empresa MPB Business, da qual é sócia. No mesmo período, ela gastou R$ 3,3 milhões.Eduardo Bolsonaro, por sua vez, recebeu R$ 2,1 milhões transferidos por seu pai e realizou uma operação de câmbio de R$ 1,6 milhão. Já o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, teria movimentado R$ 4,8 milhões no intervalo de setembro de 2023 a agosto de 2024.“Surpresa”A defesa de Jair disse ter recebido com surpresa o indiciamento feito pela Polícia Federal.Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram formalmente acusados nesta quarta-feira (20/8) pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais. (Metrópoles)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teve um cartão da bandeira Mastercard, que é norte-americana, bloqueado. A medida foi consequência das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, por meio da Lei Magnitsky.O Banco do Brasil (BB), instituição financeira que fez o bloqueio e na qual o magistrado tem conta, ofereceu-lhe, em troca, um cartão da bandeira nacional Elo para fazer pagamentos no Brasil. O uso da bandeira Elo resolveria o problema de uso de cartão de crédito pelo ministro em território brasileiro. Mesmo assim, ele continuaria sem ter como usar o cartão em outro país porque, no exterior, o serviço é oferecido em parceria com a operadora Discover, que é americana.

A troca de bandeira permitiria o uso de cartão de crédito em território nacional, já que a Elo pertence aos bancos Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, e concentra as operações no país.

Nesta quarta-feira, 20, num evento sobre governança, a presidente do BB, Tarciana Medeiros, afirmou que o banco obedece a legislação brasileira e regulamentações globais de mais de 20 países onde atua. Também destacou que o Banco do Brasil “segue forte e robusto”. Mais cedo, o BB afirmou que acumula sólida experiência em relações internacionais e está preparado para lidar com temas complexos ou sensíveis que envolvem regulamentações globais.

Em julho, Moraes foi sancionado pelos Estados Unidos com a aplicação da Lei Magnitsky. A legislação, usada para atingir estrangeiros, tem, entre as punições previstas, o bloqueio de bens e contas nos EUA e a proibição de entrada em território norte-americano.

O ministro disse, em entrevista nessa quarta-feira (20/8), que bancos brasileiros podem sofrer punições da Justiça caso acatem as sanções impostas pelos Estados Unidos e bloqueiem ativos localizados no Brasil.

Moraes destacou que medidas estrangeiras não têm validade automática no país e que instituições financeiras que decidirem aplicar determinações norte-americanas estarão descumprindo a legislação nacional.

As instituições, então, passaram a enfrentar um dilema: seguir as imposições dos EUA, que podem afetar seus negócios no exterior, ou respeitar a legislação e as decisões do STF.

O impasse provocou forte volatilidade no mercado financeiro. As ações de grandes bancos brasileiros recuaram após a divulgação das medidas norte-americanas, refletindo o temor dos investidores de que as instituições fiquem presas em uma disputa entre jurisdições.

Nesta semana, uma decisão do ministro Flávio Dino que, na prática, permitirá a Moraes recorrer ao próprio STF contra as punições do governo Donald Trump, provocou dúvidas nos bancos brasileiros sobre o que poderia ou não ser feito no relacionamento com Alexandre de Moraes.

Um dos representantes dos banqueiros afirmou à Coluna que a situação era “inédita, complexa, sensível e insolúvel”. O setor tem características peculiares, porque as relações dos bancos são globais, interligadas com o mundo, comerciais e contratuais.

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